VULTO REI
Coroado pelo vai e vem das ondas
Exerço uma nobreza selvagem,
Mordendo espaços, cuspindo sondas,
Honrando o mistério de cada paisagem.
Mas as areias reinvidicam o tempo
E todos os reinos se despedem,
Todos os meus passos desaparecem:
Desencarno-me súdito do movimento.
Sou um vulto de carne, osso e mar,
Um fantasma assombrado pela vida.
E se as ondas vem e vão sem parar,
Um dia a impermanência será absolvida.
Um dia eu apenas irei.
Um dia todos nós iremos.
Muito lindo!
Mariana said this on outubro 4, 2012 às 3:35 pm |