VULTO REI

Coroado pelo vai e vem das ondas
Exerço uma nobreza selvagem,
Mordendo espaços, cuspindo sondas,
Honrando o mistério de cada paisagem.

Mas as areias reinvidicam o tempo
E todos os reinos se despedem,
Todos os meus passos desaparecem:
Desencarno-me súdito do movimento.

Sou um vulto de carne, osso e mar,
Um fantasma assombrado pela vida.
E se as ondas vem e vão sem parar,
Um dia a impermanência será absolvida.

Um dia eu apenas irei.

 

~ por jeronimooo em outubro 1, 2012.

Uma resposta to “VULTO REI”

  1. Um dia todos nós iremos.
    Muito lindo!

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